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Capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio

Desde quantos anos eu escrevo? Ah, isso é irrelevante. Nem tudo que faço é bom - Na verdade, uma merda completa - Assim como muito que ainda farei. Me poupe da sua gentileza. Eu sei o quanto consigo ser ruim.


E Bukowski também sabia que não se pode ganhar todas.


Capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio foi publicado nos Estados Unidos quatro anos após a morte de Bukowski, sendo o último canto desesperado do "velho safado". Contém trechos de seu diário de agosto de 1991 até fevereiro de 1993, selecionados por ele próprio dias antes de morrer, em nove de março de 1994. No texto são comentados alguns episódios frugais, como o hábito de apostar em corrida de cavalos, encontros com figuras marginais e desiludidas como ele próprio, mas a espinha dorsal de "O capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio" são as cruas reflexões filosóficas sobre a vida, sobre a natureza e miséria humana.


Quando me vi lendo esse tão famoso poeta pela primeira vez, me senti em êxtase e completamente atordoada. Sua fala é como um soco no estomago naquelas lutas da televisão, onde sugam minha ilusão como se a realidade fosse a mão que desfere o golpe.


E meus caros, nada nunca foi tão bem representado. Senti como se todos os autoajudas que li até hoje fossem dinheiro jogado fora. Todas as minhas ações fossem o cúmulo do homem, o fio de uma idiotice tamanha e padronizada. Seria eu como os roqueiros que tanto queriam estar fora do sistema e entraram nele? Seria eu o autor sem talento e prepotente, o poeta bêbado e sem nexo, o jovem padrão idiota que se rende a músicas podres e visões otimistas inexistentes?


Droga. Acho que preciso ler mais desse homem. Melhor, tenho total certeza que todos tem de ler essas verdades, e entender que a personalidade única é superior ao monte de merda social. Entender, de verdade, que quando se escreve com aquilo que vem de dentro: Aquela sensação estranha que te liberta nessas teclas que ecoam pelo quarto, pela vida, é ai que está a obra prima, a verdade, o sentimento.


Romance é uma idiotice.


Acho que tomarei mais doses desse estranho e alternativo poeta. Tenho medo de me tornar uma copia revoltada e mal feita de suas ideologias. Seria ele em suas atitudes tão sábio quanto em suas palavras?


E quando nos seus dias mais sutis e deprimentes seu tempo era gasto em hipódromo e jogos, ele morria na indiferença e monotonia, na insignificância das suas ações. Na insignificância da maneira de perder seu próprio tempo. Estaria eu assumindo esse título ao perder meu tempo falando com pessoas na internet que estão pouco se fudendo?







Bibliografia


BUKOWSKI, Charles. Capitão saiu para o almoço e os marinheiros tomaram conta do navio . 1 edição. Porto Alegre, RS: L&PM, 2011.



Mini resumo retirado de:

https://books.google.com.br/books/about/O_capit%C3%A3o_saiu_para_o_almo%C3%A7o_e_os_mari.html?id=pxtBuw0QIV0C&source=kp_book_description&redir_esc=y

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